Sobre resiliência - o crescimento na adversidade.
Por Raquel Brasil
Em 01\08\2016
Grande parte das pessoas já vivenciou ou vivenciará um evento potencialmente traumático ao longo da vida. Porém, cada uma processa o evento estressante de um modo particular, o caracterizando ou não como trauma. A capacidade psicológica do indivíduo de superar obstáculos, lidar com problemas e situações traumáticas, é chamada resiliência. Mas quais os fatores fundamentais para o desenvolvimento deste enfrentamento positivo sem danos profundos à saúde psíquica?
Pessoas que possuem um sistema familiar fragmentado e com rompimentos são mais susceptíveis ao aumento da ansiedade em momentos de crise, encontrando dificuldades para adaptar-se, manifestando grande incidência de patologias e problemas. Uma melhora na qualidade e frequência das relações é positiva na diminuição da ansiedade permitindo que os membros se sintam motivados, movendo-se gradualmente para uma maior capacidade de adaptação e superação.
Outros fatores determinantes de efeitos psicológicos satisfatórios ou não, após episódios traumáticos, são os diálogos internos. A autopiedade, vitimização e desamparo são diálogos internos que enfatizam emoções negativas em relação à memória traumática, o que tende a acentuar o sofrimento. Os diálogos internos focados no presente, a fim de modificá-lo positivamente, e pensamentos de enfrentamento impulsionam a pessoa a superar mais facilmente o trauma psicológico.
A psicoterapia pode auxiliar na ressignificação da memória traumática, atribuindo novos sentidos e reconstruindo a relação do indivíduo com o evento. É possível crescer e aprender a partir de experiências tanto positivas quanto negativas e, assim, desenvolver a capacidade de lidar com as adversidades inerentes à existência, melhorando a qualidade de vida.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PERES, J., MERCANTE, J. e Nasello, A. Promovendo resiliência em vítimas de trauma psicológico. São Paulo: Revista de Psiquiatria RS, 2005
BOWEN, M. De la família al individuo. Paidos, 1998.